ESTILO DE REDAÇÃO


 




CONTEÚDOS AQUI



1 — Seja claro, preciso, direto, objetivo e conciso. Use frases curtas e
evite intercalações excessivas ou ordens inversas desnecessárias. Não é
justo exigir que o leitor faça complicados exercícios mentais para compreender o texto.
2 — Construa períodos com no
máximo duas ou três linhas de 70 toques. Os parágrafos, para facilitar a
leitura, deverão ter cinco linhas
cheias, em média, e no máximo oito.
A cada 20 linhas, convém abrir um
intertítulo.
3 — A simplicidade é condição
essencial do texto jornalístico. Lembre-se de que você escreve para todos
os tipos de leitor e todos, sem exceção, têm o direito de entender qualquer texto, seja ele político, econômico, internacional ou urbanístico.
4 — Adote como norma a ordem
direta, por ser aquela que conduz
mais facilmente o leitor à essência da
notícia. Dispense os detalhes irrelevantes e vá diretamente ao que interessa, sem rodeios.
5 — A simplicidade do texto não
implica necessariamente repetição
de formas e frases desgastadas, uso
exagerado de voz passiva (será iniciado, será realizado), pobreza vocabular, etc. Com palavras conhecidas de
todos, é possível escrever de maneira
original e criativa e produzir frases
elegantes, variadas, fluentes e bem
alinhavadas. Nunca é demais insistir:
fuja, isto sim, dos rebuscamentos, dos
pedantismos vocabulares, dos termos técnicos evitáveis e da erudição.
6 — Não comece períodos ou parágrafos seguidos com a mesma palavra, nem use repetidamente a mesma
estrutura de frase.
7 — O estilo jornalístico é um
meio-termo entre a linguagem literária e a falada. Por isso, evite tanto a
retórica e o hermetismo como a gíria,
o jargão e o coloquialismo.
8 — Tenha sempre presente: o espaço hoje é precioso; o tempo do leitor, também. Despreze as longas descrições e relate o fato no menor número possível de palavras. E proceda
da mesma forma com elas: por que
opor veto a em vez de vetar, apenas?
9 — Em qualquer ocasião, prefira
a palavra mais simples: votar é sempre melhor que sufragar; pretender é
sempre melhor que objetivar, intentar ou tencionar; voltar é sempre melhor que regressar ou retornar; tribunal é sempre melhor que corte; passageiro é sempre melhor que usuário;
eleição é sempre melhor que pleito;
entrar é sempre melhor que ingressar.
10 — Só recorra aos termos técnicos absolutamente indispensáveis
e nesse caso coloque o seu significado entre parênteses. Você já pensou
que até há pouco se escrevia sobre
juros sem chamar índices, taxas e níveis de patamares? Que preços eram
cobrados e não praticados? Que parâmetros equivaliam a pontos de referência? Que monitorar correspondia a acompanhar ou orientar? Adote
como norma: os leitores do jornal, na
maioria, são pessoas comuns, quan-
do muito com formação específica
em uma área somente. E desfaça
mitos. Se o noticiário da Bolsa exige
um ou outro termo técnico, uma reportagem sobre abastecimento, por
exemplo, os dispensa.
11 — Nunca se esqueça de que o
jornalista funciona como intermediário entre o fato ou fonte de informação e o leitor. Você não deve limitar-se a transpor para o papel as declarações do entrevistado, por exemplo;
faça-o de modo que qualquer leitor
possa apreender o significado das declarações. Se a fonte fala em demanda, você pode usar procura, sem nenhum prejuízo. Da mesma forma traduza patamar por nível, posicionamento por posição, agilizar por dinamizar, conscientização por convencimento, se for o caso, e assim por
diante. Abandone a cômoda prática
de apenas transcrever: você vai ver
que o seu texto passará a ter o mínimo indispensável de aspas e qualquer
entrevista, por mais complicada,
sempre tenderá a despertar maior interesse no leitor.
12 — Procure banir do texto os
modismos e os lugares-comuns. Você
sempre pode encontrar uma forma
elegante e criativa de dizer a mesma
coisa sem incorrer nas fórmulas desgastadas pelo uso excessivo. Veja algumas: a nível de, deixar a desejar,
chegar a um denominador comum,
transparência, instigante, pano de
fundo, estourar como uma bomba,
encerrar com chave de ouro, segredo
guardado a sete chaves, dar o último
adeus. Acrescente as que puder a esta
lista.
13 — Dispense igualmente os
preciosismos ou expressões que pretendem substituir termos comuns,
como: causídico, Edilidade, soldado
do fogo, elenco de medidas, data natalícia, primeiro mandatário, chefe
do Executivo, precioso líquido, aeronave, campo-santo, necrópole, casa
de leis, petardo, fisicultor, Câmara
Alta, etc.
14 — Proceda da mesma forma
com as palavras e formas empoladas
ou rebuscadas, que tentam transmitir ao leitor mera idéia de erudição. O
noticiário não tem lugar para termos
como tecnologizado, agudização,
consubstanciação, execucional, operacionalização, mentalização, transfusional, paragonado, rentabilizar,
paradigmático, programático, emblematizar, congressual, instrucional, embasamento, ressociabilização, dialogal, transacionar, parabenizar e outros do gênero.
15 — Não perca de vista o universo vocabular do leitor. Adote esta
regra prática: nunca escreva o que
você não diria. Assim, alguém rejeita (e não declina de) um convite, protela ou adia (e não procrastina) uma
decisão, aproveita (e não usufrui)
uma situação. Da mesma forma, prefira demora ou adiamento a delonga;
antipatia a idiossincrasia; discórdia
ou intriga a cizânia; crítica violenta
a diatribe; obscurecer a obnubilar,
etc.
16 — O rádio e a televisão podem
ter necessidade de palavras de som
forte ou vibrante; o jornal, não.
Assim, goleiro é goleiro e não goleirão. Da mesma forma, rejeite invenções como zagueirão, becão, jogão,
pelotaço, galera (como torcida) e similares.
17 — Dificilmente os textos noticiosos justificam a inclusão de palavras ou expressões de valor absoluto ou muito enfático, como certos adjetivos (magnífico, maravilhoso, sensacional, espetacular, admirável, esplêndido, genial), os superlativos (engraçadíssimo, deliciosíssimo, com-
petentíssimo, celebérrimo) e verbos
fortes como infernizar, enfurecer,
maravilhar, assombrar, deslumbrar,
etc.
18 — Termos coloquiais ou de
gíria deverão ser usados com extrema
parcimônia e apenas em casos muito
especiais (nos diálogos, por exemplo),
para não darem ao leitor a idéia de
vulgaridade e principalmente para
que não se tornem novos lugares-comuns. Como, por exemplo: a mil, barato, galera, detonar, deitar e rolar,
flagrar, com a corda (ou a bola) toda,
legal, grana, bacana, etc.
19 — Seja rigoroso na escolha das
palavras do texto. Desconfie dos sinônimos perfeitos ou de termos que sirvam para todas as ocasiões. Em geral,
há uma palavra para definir uma situação.
20 — Faça textos imparciais e objetivos. Não exponha opiniões, mas
fatos, para que o leitor tire deles as
próprias conclusões. Em nenhuma
hipótese se admitem textos como:
Demonstrando mais uma vez seu caráter volúvel, o deputado Antônio de
Almeida mudou novamente de partido. Seja direto: O deputado Antônio de Almeida deixou ontem o PMT
e entrou para o PXN. É a terceira vez
em um ano que muda de partido. O
caráter volúvel do deputado ficará
claro pela simples menção do que
ocorreu.
21 — Lembre-se de que o jornal
expõe diariamente suas opiniões nos
editoriais, dispensando comentários
no material noticioso. As únicas exceções possíveis: textos especiais assinados, em que se permitirá ao autor
manifestar seus pontos de vista, e matérias interpretativas, em que o jornalista deverá registrar versões diferentes de um mesmo fato ou conduzir a
notícia segundo linhas de raciocínio
definidas com base em dados fornecidos por fontes de informação não necessariamente expressas no texto.
22 — Não use formas pessoais
nos textos, como: Disse-nos o deputado... / Em conversa com a reportagem do Estado... / Perguntamos ao
prefeito... / Chegou à nossa capital.../
Temos hoje no Brasil uma situação
peculiar. / Não podemos silenciar
diante de tal fato. Algumas dessas
construções cabem em comentários,
crônicas e editoriais, mas jamais no
noticiário.
23 — Como norma, coloque sempre em primeiro lugar a designação do
cargo ocupado pelas pessoas e não o
seu nome: O presidente da República, Fernando Henrique Cardoso... /
O primeiro-ministro John Major... /
O ministro do Exército, Zenildo de
Lucena...É em função do cargo ou atividade que, em geral, elas se tornam
notícia. A única exceção é para cargos com nomes muito longos. Exemplo: O engenheiro João da Silva, presidente do Sindicato das Empresas
de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e
Comerciais de São Paulo (Secovi),
garantiu ontem que...
24 — Você pode ter familiaridade
com determinados termos ou situações, mas o leitor, não. Por isso, seja
explícito nas notícias e não deixe
nada subentendido. Escreva, então: O
delegado titular do 47º Distrito Policial informou ontem..., e não apenas:
O delegado titular do 47º informou
ontem.
25 — Nas matérias informativas,
o primeiro parágrafo deve fornecer a
maior parte das respostas às seis perguntas básicas: o que, quem, quando,
onde, como e por quê. As que não puderem ser esclarecidas nesse parágrafo deverão figurar, no máximo, no se-
gundo, para que, dessa rápida leitura,
já se possa ter uma idéia sumária do
que aconteceu.
26 — Não inicie matéria com declaração entre aspas e só o faça se esta
tiver importância muito grande (o
que é a exceção e não a norma).
27 — Procure dispor as informações em ordem decrescente de importância (princípio da pirâmide invertida), para que, no caso de qualquer necessidade de corte no texto, os últimos parágrafos possam ser suprimidos, de preferência.
28 — Encadeie o lead de maneira
suave e harmoniosa com os parágrafos seguintes e faça o mesmo com
estes entre si. Nada pior do que um
texto em que os parágrafos se sucedem uns aos outros como compartimentos estanques, sem nenhuma
fluência: ele não apenas se torna difícil de acompanhar, como faz a atenção do leitor se dispersar no meio da
notícia.
29 — Por encadeamento de parágrafos não se entenda o cômodo uso
de vícios lingüísticos, como por outro
lado, enquanto isso, ao mesmo
tempo, não obstante e outros do gênero. Busque formas menos batidas
ou simplesmente as dispense: se a seqüência do texto estiver correta, esses
recursos se tornarão absolutamente
desnecessários.
30 — A falta de tempo do leitor
exige que o jornal publique textos
cada dia mais curtos (20, 40 ou 60 linhas de 70 toques, em média). Por
isso, compete ao redator e ao repórter
selecionar com o máximo critério as
informações disponíveis, para incluir
as essenciais e abrir mão das supérfluas. Nem toda notícia está jornalisticamente tão bem encadeada que
possa ser cortada pelo pé sem maiores prejuízos. Quando houver tempo,
reescreva o texto: é o mais recomendável. Quando não, vá cortando as
frases dispensáveis.
31 — Proceda como se o seu texto
seja o definitivo e vá sair tal qual você
o entregar. O processo industrial do
jornal nem sempre permite que os copies, subeditores ou mesmo editores
possam fazer uma revisão completa
do original. Assim, depois de pronto,
reveja e confira todo o texto, com cuidado. Afinal, é o seu nome que assina a matéria.
32 — O recurso à primeira pessoa
só se justifica, em geral, nas crônicas.
Existem casos excepcionais, nos
quais repórteres, especialmente, poderão descrever os fatos dessa forma,
como participantes, testemunhas ou
mesmo personagens de coberturas
importantes. Fique a ressalva: são
sempre casos excepcionais.
33 — Nas notícias em seqüência
(suítes), nunca deixe de se referir,
mesmo sumariamente, aos antecedentes do caso. Nem todo leitor pode
ter tomado conhecimento do fato que
deu origem à suíte.
34 — A correção do noticiário responde, ao longo do tempo, pela credibilidade do jornal. Dessa forma, não
dê notícias apressadas ou não confirmadas nem inclua nelas informações
sobre as quais você tenha dúvidas.
Mesmo que o texto já esteja em processo de composição, sempre haverá
condições de retificar algum dado impreciso, antes de o jornal chegar ao
leitor.
35 — A correção tem uma variante, a precisão: confira habitualmente
os nomes das pessoas, seus cargos, os
números incluídos numa notícia,
somas, datas, horários, enumerações.
Com isso você estará garantindo
outra condição essencial do jornal, a
confiabilidade
36 — Nas versões conflitantes,
divergentes ou não confirmadas,
mencione quais as fontes responsáveis pelas informações ou pelo menos
os setores dos quais elas partem (no
caso de os informantes não poderem
ter os nomes revelados). Toda cautela é pouca e o máximo cuidado nesse
sentido evitará que o jornal tenha de
fazer desmentidos desagradáveis.
37 — Quando um mesmo assunto aparecer em mais de uma editoria
no mesmo dia, deverá haver remissão, em itálico, de uma para outra:
Mais informações sobre o assunto na
página... / A repercussão do seqüestro no Brasil está na página... / Na página... o prefeito fala de sua candidatura à Presidência. / Veja na página...
as reações econômicas ao discurso
do presidente.
38 — Se você tem vários originais
para reescrever, adote a técnica de
marcar as informações mais importantes de cada um deles. Você ganhará tempo e evitará que algum dado relevante fique fora do noticiário.
39 — Nunca deixe de ler até o fim
um original que vá ser refeito. Mesmo
que você tenha apenas 15 linhas disponíveis para a nota, a linha 50 do
texto primitivo poderá conter informações indispensáveis, de referência
obrigatória.
40 — Preocupe-se em incluir no
texto detalhes adicionais que ajudem
o leitor a compreender melhor o fato
e a situá-lo: local, ambiente, antecedentes, situações semelhantes, previsões que se confirmem, advertências
anteriores, etc.
41 — Informações paralelas a um
fato contribuem para enriquecer a sua
descrição. Se o presidente dorme durante uma conferência, isso é notícia;
idem se ele tira o sapato, se fica conversando enquanto alguém discursa,
se faz trejeitos, etc. Trata-se de detalhes que quebram a monotonia de coberturas muito áridas, como as oficiais, especialmente.
42 — Registre no texto as atitudes ou reações das pessoas, desde que
significativas: mostre se elas estão
nervosas, agitadas, fumando um cigarro atrás do outro ou calmas em excesso, não se deixando abalar por
nada. Em matéria de ambiente, essas
indicações permitem que o leitor
saiba como os personagens se comportavam no momento da entrevista
ou do acontecimento.
43 — Trate de forma impessoal o
personagem da notícia, por mais popular que ele seja: a apresentadora
Xuxa ou Xuxa, apenas (e nunca a
Xuxa), Pelé (e não o Pelé), Piquet (e
não o Piquet), Ruth Cardoso (e não a
Ruth Cardoso), etc.
44 — Sempre que possível, mencione no texto a fonte da informação.
Ela poderá ser omitida se gozar de absoluta confiança do repórter e, por alguma razão, convier que não apareça
no noticiário. Recomenda-se, no entanto, que o leitor tenha alguma idéia
da procedência da informação, com
indicações como: Fontes do Palácio
do Planalto... / Fontes do Congresso... / Pelo menos dois ministros garantiram ontem que..., etc.
45 — Na primeira citação, coloque entre parênteses o nome do partido e a sigla do Estado dos senadores
e deputados federais: o senador João
dos Santos (PSDB-RS), o deputado
Francisco de Almeida (PFL-RJ). No
caso dos deputados estaduais de São
Paulo e dos vereadores paulistanos,
mencione entre parênteses apenas a
sigla do partido.
46 — O Estado não admite generalizações que possam atingir toda
uma classe ou categoria, raças, credos, profissões, instituições, etc.
47 — Um assunto muito sugestivo ou importante resiste até a um
mau texto. Não há, porém, assunto
mediano ou meramente curioso que
atraia a atenção do leitor, se a notícia
se limitar a transcrever burocraticamente e sem maior interesse os dados
do texto.
48 — Em caso de dúvida, não hesite em consultar dicionários, enciclopédias, almanaques e outros livros
de referência. Ou recorrer aos especialistas e aos colegas mais experientes.
49 — Veja alguns exemplos de
textos noticiosos objetivos, simples e
diretos, constituídos de frases curtas
e incisivas (todos eles saíram no Estado como chamadas de primeira página):
Os juros passaram a ser fator importante para os consumidores dispostos a fazer compras neste fim de
ano. Dos 261 paulistanos ouvidos
pelo InformEstado, 82,8% disseram
que vão gastar menos no Natal em
relação ao ano passado. O alto custo
do financiamento das compras foi
apontado por 34,5% dos entrevistados como motivo básico para a decisão. O comércio e a indústria reduziram as margens de lucro, o governo atenuou as restrições ao crédito e
o mercado oferece produtos mais baratos que no último Natal, mas os
juros pesam.
A sonda liberada pela nave Galileu mergulhou ontem por cerca de
75 minutos na atmosfera de Júpiter,
até ser pulverizada pela pressão dos
gases que constituem o planeta. Foi
a primeira vez que um equipamento
terrestre chegou a um dos grandes
planetas distantes do sistema solar.
A cápsula enviou informações sobre
a temperatura e a composição química de Júpiter.
O governo pretende retirar do
Congresso o projeto de reforma da
Previdência e reapresentá-lo em
duas partes. Uma vai incluir os pontos em que existe consenso entre os
parlamentares e a outra, só os temas
polêmicos, como os que tratam dos
servidores públicos, militares e professores. O presidente Fernando
Henrique Cardoso passou ao seu
vice, Marco Maciel, a tarefa de analisar os efeitos políticos da decisão,
depois que o ministro da Previdência foi afastado das negociações.
Irrequieto, Carlos Nunzio sugeria chamar-se César e levava no
bolso uma sovela, instrumento pontiagudo usado pelos sapateiros. Logo
despertou a suspeita da polícia e foi
preso anteontem como o possível
“maníaco do estilete”, que já atacou
sete mulheres na zona leste. Na delegacia, os policiais o filmaram e exibiram o teipe às vítimas. Mas nenhuma o identificou e Carlos foi libertado ontem à tarde.
A tradicional chuva de papel picado que encerra o ano na Bolsa de
Valores de São Paulo teve clima de
festa para os operadores, mas de melancolia para os aplicadores. Os investimentos em ações acusaram
perda real de 16,7% e a comemoração foi dos que optaram pela renda
fixa. Os CDBs, em primeiro lugar,
renderam 25,89% acima da inflação.
As cidades e as praias ganham
nova vida com o verão, que começa
oficialmente hoje às 6h18. A moda
impõe modelos arrojados às mulheres, com ombros e costas de fora. A
minissaia também faz parte do visual de São Paulo e outras capitais.
No Rio, Santos, Guarujá, Ubatuba,
Bertioga e outros pontos preferidos
dos veranistas, é tempo de biquíni,
saladas, sorvete e alegria.
Frank Sinatra, cantor que embalou três gerações, completa 80 anos
terça-feira. Apelidado simplesmente
de A Voz, imitava Bing Crosby, mas
superou o ídolo. Ganhou 1 disco de
multiplatina, 1 de platina e 21 de
ouro. Fez filmes, venceu um Oscar.
Foi amigo de John Kennedy e do
gângster Lucky Luciano. Teve mulheres fantásticas. Viveu. My Way é
a música que o representa.
Sensível às mudanças de ventos,
ansiosa e arrogante ao mesmo
tempo, a França funciona como um
pisca-alerta. Suas crises indicam
sempre que as sociedades estão
dando alguma virada. As greves monumentais que lançam às ruas do
país 1 milhão de manifestantes
podem significar uma dolorosa entrada de toda a Europa numa nova
etapa da modernidade.
Hoje é o dia em que Cannes vai
parar. À espera de um olhar. Ou de
um sorriso. Não pelo filme, Milagro.
Mas pelo diretor, Robert Redford.
Um outsider. Na tela, uma Pasionaria: Sônia Braga.
Veja, ao contrário, três parágrafos
de sete linhas cheias sem nenhum
ponto e repletos de intercalações que
dificultam a seqüência normal da leitura:
O fazendeiro e piloto de aviões
Carlos de Almeida Valente, que
mora na cidade de Prateados, no extremo norte do País, apontado pela
Polícia Federal como um dos reis do
contrabando e transportando em
seus aviões bimotores e turbinados
mais de 70% das mercadorias contrabandeadas dos Estados Unidos e
Paraguai para o Brasil, terá seus negócios financeiros investigados pela
Receita Federal, que fará completa
devassa nas suas empresas.
A esperada divulgação, na noite
de sexta-feira, do INPC de janeiro,
que, pela primeira vez em quase 20
meses, voltou a ser utilizado como
parâmetro para a correção de um
agente econômico — no caso, os salários — e apresentou uma variação
recorde de 35,48%, veio confirmar o
que já se temia: os níveis de recomposição dos salários, que pela fórmula aprovada pelo Congresso Nacional vão variar de apenas 1,51% a
7,48%, não são suficientes sequer
para fazer frente à inflação real de fevereiro.
De sua casa, no elegante bairro
de Beverly Hills, o papa da psicologia esportiva norte-americana, mais
de 40 livros publicados, traduzido
até para o russo ainda em plena
época da guerra fria, o dr. Briant
Cratty, orientador do grupo de psicólogos da equipe olímpica de Tio Sam,
levantou da poltrona e, numa ligação para o ginásio onde a seleção do
país gastava as últimas energias em
jogo que não influiria na sua colocação, mandou chamar o especialista
que cuidava do vôlei e foi direto ao
assunto






A. Ver há, a, página 137.
A (para). 1 — Verbos como dar, enviar,
informar, escrever, consagrar, causar
e outros semelhantes ou equivalentes
exigem a preposição a, e não para. Repare que todos obedecem a esta estrutura: dar (enviar, informar, dedicar,
causar, devolver, vender, distribuir,
etc.) alguma coisa a alguém.
2 — Eis alguns deles: aconselhar,
atribuir, causar, ceder, comunicar,
conceder, conferir, consagrar, dar, dedicar, devolver, dirigir, dispensar, distribuir, doar, emprestar, encaminhar,
entregar, enviar, facultar, fornecer, informar, mandar, ministrar, ocasionar,
oferecer, ofertar, outorgar, pagar, participar, prestar, proporcionar, receitar,
recomendar, render, restituir, revelar
e vender.
3 — Exemplos: Deu (cedeu, devolveu, entregou, emprestou, enviou,
mandou, ofereceu, ofertou, restituiu)
o livro ao amigo. / Causaram (ocasionaram) danos ao aparelho. / Atribuímos (concedemos, conferimos, outorgamos) o prêmio aos vencedores. /
Dispensaram (dedicaram) atenção
aos favelados. / Prestaram (renderam) homenagem aos pracinhas. /
Comunicaram (informaram, participaram, revelaram) o fato aos familiares. / Pagou a dívida ao amigo.
4 — Com verbos de movimento, a
indica deslocamento rápido, provisório, e para, deslocamento demorado
ou definitivo: Vai a Paris (vai e volta
logo). / Vai para Paris (vai de mudança ou vai para ficar algum tempo). /
Levou os filhos à casa da mãe (levou
e trouxe de volta). / Levou os filhos
para a casa da mãe (levou e deixou,
pelo menos por algum tempo). / Veio
ao Brasil (veio e voltou para o seu
país). / Veio para o Brasil (veio e ficou
pelo menos algum tempo).
A algum lugar e não em. Com verbos de
movimento, use a e não em: Fui ao
teatro (e não no). / Cheguei à cidade
(e não na). / Chamaram-no ao telefone. / Levou os filhos ao circo. / Desceu ao segundo andar. / Voltou ao
Brasil. / Saiu à janela. Igualmente:
chegada a, ida a, vinda a.
Abade. Feminino: abadessa.
“Abalo sísmico”. Prefira terremoto,tremor de terra ou simplesmente abalo.
Abdicar. 1 — Prefira a regência indireta:
D. Pedro I abdicou da coroa do Brasil. / Nunca abdicava dos seus princípios. 2 — A forma direta (abdicou o
trono, abdicou os seus princípios),
menos usada, deve ser admitida somente em artigos ou comentários assinados. 3 — O verbo pode também
ser intransitivo (dispensa complemento): D. Pedro I abdicou. / Por já
estar muito velho, o rei achou melhor
abdicar.
Abdome. Prefira esta forma a abdômen.
Abençoar. Conjuga-se como magoar
(ver, página 166).
Abolir. Conjugação. Pres. ind.: Aboles,
abole, abolimos, abolis, abolem. Pres.
subj.: Não existe. Imper. afirm.:
Abole, aboli. (Não tem a 1ª pessoa do
pres. ind.)
Abreviaturas. 1 — Nos textos corridos,
evite ao máximo usar abreviaturas:
Comprou 3 quilos (e não 3 kg) de
carne. / O carro rodou 243 quilômetros (em vez de 243 km). / O terreno
media 25 hectares (e não 25 ha). /
Chegou às 8 horas (e não às 8 h). / Um
galão americano tem 3,785 litros (e
não 3,785 l). De qualquer forma, repare que existe espaço (3 kg) entre o número e a abreviatura que exprime
valor ou grandeza.
2 — Quando necessário, porém (títulos, tabelas, quadros ou textos específicos em que medidas ou grandezas
apareçam com muita freqüência),
consulte a lista de abreviaturas deste
manual (verbete seguinte). No caso de
textos em que a grandeza ou medida
vá aparecer muitas vezes, é possível
abreviá-la, desde que ela apareça por
extenso pelo menos na primeira vez
em que for citada.
3 — Os títulos dr. e dra. (só para
médicos), sr. e sra. ou d. (dom e dona)
devem ser escritos de preferência na
forma abreviada e com inicial minúscula. (Pela norma oficial, são em
maiúsculas: Dr. Antônio, Sr. José dos
Santos.)
4 — Abrevie igualmente as formas
cerimoniosas de tratamento; só que,
neste caso, use iniciais maiúsculas: S.
Sa.(e não Sua Senhoria), V. Exa.(e não
Vossa Excelência), S. Ema. (e não Sua
Eminência).
5 — Não abrevie outros títulos
como: prof. Antônio (use professor
Antônio), eng. José (engenheiro José),
gen. Tinoco (general Tinoco). Exceção: transcrição de documentos ou
listas de promoções das Forças Armadas.
6 — Nenhuma das abreviaturas do
sistema métrico decimal tem ponto
ou plural: 1 km, 6 km (e nunca 6
kms.), 1 h, 5 h (e nunca 5 hs.), 2m, 6
kg, 16 l (e não ls.), 25 ha, 30 t, 40 g, 57
min, 18 s, 18h16min14s (só neste
caso, sem espaço entre os números e
a abreviatura).
7 — Têm plural com s as abreviaturas constituídas pela redução de palavras e as que representam títulos ou
formas de tratamento: sécs. 15 e 16,
págs. 54, 55 e 56 e segs., srs., sras., drs.,
dras., S. Sas. (repare que o S. de Sua
fica invariável), V. Exas. (o mesmo
ocorre com o V. de Vossa), etc. Exceção: d. (para dons e donas).
8 — Também recebem s as abreviaturas que se identificam com siglas:
dois PMs, cinco TVs, quatro GPs, 8
HPs, etc.
9 — Alguns plurais se fazem com a
duplicação da letra: A. (autor), AA.
(autores), E. (editor), EE. (editores). A
duplicação da letra pode também indicar o superlativo: D. (digno), DD.
(digníssimo).
10 — As indicações a.C. e d.C.
(antes e depois de Cristo) devem ser
empregadas abreviadamente e com o
a e o d em minúsculas.
11 — Evite abreviar São e Santo, a
não ser nos títulos. A forma é S. para
ambos os casos: S. José, S. Amaro, S.
Catarina (e não Sto. Amaro ou Sta.
Catarina).
12 — Apenas em casos excepcionais, e mesmo assim somente nos títulos, se admitirá que um nome geográfico seja abreviado: P. Prudente, C.
do Jordão, R. G. do Norte, A. Latina,
N. York (repare que são formas feias,
graficamente). Poderá ter livre curso
nos títulos, por já se tratar de caso consagrado, a abreviatura S. (de São, Santo
e Santa): S. Carlos, S. André.
13 — Três nomes de cidades poderão, apenas nos títulos, ser substituídos por siglas: SP (São Paulo), BH
(Belo Horizonte) e NY (Nova York).
Use Rio, e não RJ, porque o número
de sinais é praticamente o mesmo.
14 — As abreviaturas dos nomes
dos Estados são constituídas sempre
de duas letras, ambas maiúsculas e
sem ponto: SP, AM, BA, GO, PE, etc.
15 — Por questões gráficas, o Estado não usa, nas abreviaturas, as formas em que determinada letra ou conjunto de letras aparece em corpo reduzido e no alto da palavra: sr.a, dr.a,
ex.ma, c.el. Empregue, simplesmente: sra., dra., exma., cel., etc.
16 — Por motivo de simplificação,
as abreviaturas aparecem, na maior
parte dos casos, sem pontos intermediários: HP, e não H.P.; CIF, e não
C.I.F.; rpm, e não r.p.m.; SOS, e não
S.O.S., etc.
17 — Mesmo nos endereços (a não
ser que se trate de uma série deles e
haja necessidade de economizar espaço), evite as abreviaturas: Rua Augusta (e não R. Augusta), Avenida Paulista (em vez de Av. Paulista), Praça
do Patriarca (e não Pç. do Patriarca),
Largo do Tesouro (e não Lgo. do Tesouro). Da mesma forma, tel., em vez
de telefone, só quando for muito necessário.
18 — Os símbolos químicos podem
ser representados por uma ou duas letras. Quando por uma, ela é sempre
maiúscula; quando por duas, a primeira é maiúscula, a segunda, minúscula
e não há ponto: P (fósforo), I (iodo), N
(nitrogênio), Ag (prata), Ca (cálcio),
Cs (césio), etc. Os símbolos não figuram na lista de abreviaturas do manual por não terem maior interesse
jornalístico, mas constam do Dicionário Aurélio, no nome do elemento
químico.
19 — Use S.A. como abreviatura de
Sociedade Anônima, por ser a forma
oficial, e não S/A.
20 — Recorra sempre à abreviatura TV para o nome da emissora, e
nunca às formas Tv ou Tevê: TV
Globo (e não Tv Globo ou Tevê Globo), TV Bandeirantes, etc.
21 — Só abrevie as palavras artigo
ou artigos (art. ou arts.) em textos oficiais quando for essa a forma original.
Caso contrário, use a palavra por extenso.
22 — Se tiver necessidade de formar abreviaturas (em casos excepcionais, apenas), o procedimento recomendado é fazê-las terminar numa
consoante e não em vogal. Assim, fil.
ou filos. para filosofia, fís. para física,
etc. Se cortar a palavra num grupo de
consoantes, mantenha-as: depr. para
depreciativo, e não dep., ópt. e não óp.
para óptica, etc.
23 — O acento existente na palavra original mantém-se na abreviatura: pág., págs. (páginas), séc., sécs. (séculos).
24 — Ver também siglas, página
267.
Abreviaturas (lista).
A. — autor
aa. — assinados(as)
AA. — autores
a.C. — antes de Cristo 
a.D. — anno Domini
Al. — Alameda
alm. — almirante
alm.-esqdra. — almirante-deesquadra
a.m. — ante meridiem
ap. — apartamento
AR — Administração Regional
asp. — aspirante 
Av. — Avenida
bel. — bacharel
brig. — brigadeiro
btl. — batalhão
°C — grau centesimal, centígrado ou
Celsius
c.-alm. — contra-almirante
cap. — capitão
cap. — capítulo
cap.corv. — capitão-de-corveta
cap.frag. — capitão-de-fragata
cap.m.g. — capitão-de-mar-e-guerra
caps. — capítulos
cap.-ten. — capitão-tenente
cav. — cavalaria
cc. — centímetro cúbico
cel. — coronel
cg — centigrama(s)
C.G.S. — centímetro, grama,
segundo
Cia. — companhia
CIF — cost, insurance and freight
(custo, seguro e frete)
cl — centilitro(s)
cm — centímetro(s)
cm2 — centímetro(s) quadrado(s)
cm3 — centímetro(s) cúbico(s)
cm/s — centímetro(s) por segundo
cód. — código
com. — comandante
comp. — companhia (militarmente)
Cr$ — cruzeiro
Cz$ — cruzado
d. — dom
d. — dona
D. — digno
d.C. — depois de Cristo
DD. — digníssimo
dec. — decreto
dg — decigrama(s)
DL — Decreto-Lei
dr. — doutor
dra. — doutora
dras. — doutoras
drs. — doutores
E. — editor
E — Este
ed. — edição
EE. — editores
EM — Estado-Maior
Ema. — Eminência
emb. — embaixador
eng. — engenheiro(a)
Esc. — Escola 
etc. — et cetera
ex. — exemplo(s)
Exa. — Excelência
exma. — excelentíssima
exmo. — excelentíssimo 
Fed — Federal Reserve (o Banco
Central dos EUA)
fem. — feminino
fl. — folha
fls. — folhas
FOB — free on board (livre a bordo)
fr. — frei
g — grama(s)
gen. — general
GMT — Greenwich Meridian Time
(hora do meridiano de Greenwich)
GW — gigawatt
h — hora(s)
ha — hectare(s)
hab. — habitante(s)
hl — hectolitro(s)
HP — horse-power (cavalo-vapor)
ib. — ibidem (no mesmo lugar)
id. — idem (o mesmo)
i.e. — id est (isto é)
ilma. — ilustríssima
ilmo. — ilustríssimo
inf. — infantaria 
Jr. — Júnior
°K — grau(s) Kelvin
kg — quilograma(s)
kHz — quilohertz
km — quilômetro(s)
km2 — quilômetro(s) quadrado(s)
km/h — quilômetro(s) por hora
KO — nocaute
kV — quilovolt(s)
kVA — quilovolt(s)-ampère(s)
kW — quilowatt(s)
kWh — quilowatt(s)-hora 
l — litro(s)
lb. — libra, libra-peso
log. — logaritmo
LP — long-playing
Ltda. — Limitada
m — metro(s)
m2 — metro(s) quadrado(s)
m3 — metro(s) cúbico(s)
mA — miliampère(s)
maj. — major
mal. — marechal
méd. — médico
mg — miligrama(s)
MHz — megahertz
min — minuto(s)
ml — mililitro(s)
mlle. — mademoiselle (senhorita)
mm — milímetro(s)
mm2 — milímetro(s) quadrado(s)
mm3 — milímetro(s) cúbico(s)
MM. — meritíssimo
mme. — madame
m/min — metro(s) por minuto
mons. — monsenhor
mr. — mister (senhor)
mrs. — mistress (senhora)
m/s — metro(s) por segundo
MTS — metro, tonelada, segundo
mV — milivolt(s)
MW — megawatt
N — Norte
NCz$ — cruzado novo
N. da R. — nota da redação
N. do A. — nota do autor
N. do E. — nota do editor
N. do T. — nota do tradutor
NE — Nordeste
N.N. — abreviatura com que se
oculta um nome em programas,
cartazes, subscrições, etc.
nº — número
N. S. — Nosso Senhor
N. Sa. — Nossa Senhora
N.T. — Novo Testamento
O — Oeste
obs. — observação
op. cit. — opus citatum (obra citada)
oz. — onça(s) (peso)
pág. — página
págs. — páginas
pe. — padre
p. ex. — por exemplo
pg. — pago
Ph.D. — Philosophiae Doctor
(doutor em filosofia)
pl. — plural
p.m. — post meridiem
prof. — professor
profa. — professora
profas. — professoras
profs. — professores
P.S. — post scriptum (pós-escrito)
pt — ponto
QG — quartel-general
R. — Rua 
R$ — Real
Revmo. — Reverendíssimo
rpm — rotação por minuto
rps — rotação por segundo
s — segundo(s) (de tempo)
S. — Santa, Santo, São
S — Sul
S.A. — Sociedade Anônima
sarg. — sargento
s/d — sem data
séc. — século
sécs. — séculos
seg. — seguinte
segs. — seguintes
S. Ema. — Sua Eminência
S. Emas. — Suas Eminências
S. Exa. — Sua Excelência
S. Exas. — Suas Excelências
SOS — sinal de socorro
sr. — senhor
sra. — senhora
sras. — senhoras
S. Revma. — Sua Reverendíssima
S. Revmas. — Suas Reverendíssimas
srs. — senhores
srta. — senhorita
S. Sa. — Sua Senhoria
S. Sas. — Suas Senhorias
t — tonelada
tel. — telefone
ten. — tenente
ten.-cel. — tenente-coronel
Trav. — Travessa
TV — televisão
V — volt(s)
V. — você
VA — volt-ampère
V. A. — Vossa Alteza
v.-alm. — vice-almirante
V. Ema. — Vossa Eminência
V. Emas. — Vossas Eminências
V. Exa. — Vossa Excelência
V. Exas. — Vossas Excelências
V. Revma. — Vossa Reverendíssima
V. Revmas. — Vossas
Reverendíssimas
vs. — versus (contra)
V. S. — Vossa Santidade
V. Sa. — Vossa Senhoria
V. Sas. — Vossas Senhorias
VT — videoteipe
W — watt(s)
W — Oeste
w.c. — water-closet
Wh — watt-hora
x — versus (no futebol)
yd — yard(s) (jarda)
(No Estado, use as abreviaturas
dessa forma. Pela norma oficial, as
que indicam títulos ou formas de
tratamento têm inicial maiúscula:
Cel. Augusto, Sr. Antônio, D. Luciano, Dra. Angélica, etc.)
Abrir. Alguém abre alguma coisa ou alguma coisa abre-se (de preferência):
Prefeito abre centro hoje / Feira abrese (e não abre) com móveis do futuro
Abster-se. Conjugação. Pres. ind.: Abstenho-me, absténs-te, abstém-se, abstemo-nos, abstendes-vos, abstêm-se.
Imp. ind.: Abstinha-me, etc. Pret.
perf. ind.: Abstive-me, etc. M.-q.-
perf. ind.: Abstivera-me, etc. Fut.
pres.: Abster-me-ei, etc. Fut. pret.:
Abster-me-ia, etc. Pres. subj.: Que me
abstenha, etc. Imp. subj.: Se me abstivesse, etc. Fut. subj.: Se me abstiver,
etc. Imper. afirm.: Abstém-te, abstenha-se, abstenhamo-nos, abstendevos, abstenham-se. Ger.: Abstendose. Part.: Abstido.
Acabamento final. Redundância.
Acabar. 1 — Acabar, com maior propriedade, equivale a completar, terminar,
concluir: Já acabaram o serviço. / Pretende acabar o livro esta semana. 2
— Ninguém, no entanto, acaba uma
greve, uma assembléia ou um déficit.
Use estes equivalentes mais corretos:
Acordo põe fim (e não acaba) à greve
dos metalúrgicos. / Professores suspendem (e não acabam) a greve. /
Bancários encerram (e não acabam)
a assembléia. 3 — Intransitivamente,
porém, esse uso é correto: Acaba a
greve dos portuários. / Acaba a assembléia dos motoristas de táxi.
Acabar com. 1 — Significa pôr fim a ou
destruir, dar cabo de: A empresa acabou com as mordomias. / Sua força
acabou com os adversários. 2 — Por
isso, para dizer que alguma coisa se
encerra simultaneamente com outra,
use termina ou encerra-se: Bienal termina (encerra-se) hoje com promoções (para evitar o duplo sentido presente em acaba hoje com promoções).
Acaso, caso. Com se,use acaso: Se acaso
você chegasse... / Se acaso você quiser...Caso rejeita o se: Caso você queira... / Caso você chegasse... Acaso
pode também aparecer em frases
como: Acaso lhe perguntaram alguma coisa?
Aceitado, aceito. Com ter e haver, use
aceitado; com ser e estar, aceito:
Tinha (havia) aceitado, foi (estava)
aceito.
Acender-se. Alguma coisa se acende e
não acende, apenas: A lâmpada acendeu-se. / Seus olhos acenderam-se de
emoção.
Acendido, aceso. Com ter e haver, use
acendido; com ser e estar, aceso:
Tinha (havia) acendido, foi (estava)
aceso.
Acentuação.
1 — Proparoxítonas
Acentuam-se todas as palavras
proparoxítonas: século, ávido, decrépito, Câmara, súbito, cômodo, quiséssemos, faríamos.
Observação. Incluem-se nesta
regra as palavras terminadas em ditongos crescentes: água, mágoa, área,
superfície, Antônio, inócuo, iníquo,
cônscio, tênue, série, míngua, cartório, miséria, lábio, aéreo, vácuo, oblíquo, abstêmio, relíquia, ambíguo, deságüe, bilíngüe.
2 — Paroxítonas
Acentuam-se as paroxítonas terminadas em l, n, r, x, i, is, u, us, ei, eis,
um, uns, ão, ãos, ã, ãs, ps: móvel, estável, Aníbal, hífen, elétron, Nélson,
açúcar, fêmur, revólver, látex, tórax,
júri, cútis, vírus, bônus, pônei, fósseis, fôsseis, fórum, álbuns, órgão, órgãos, acórdão, acórdãos, órfã, órfãs,
ímã, ímãs, bíceps, fórceps.
Observações
a) As paroxítonas terminadas em
ons mantêm o acento, inexistente no
caso de ens: nêutrons, elétrons, prótons, cólons, hifens, viagens, liquens,
homens, nuvens.
b) Os prefixos terminados em i ou
r não têm acento: semi-automático,
anti-séptic
c) Pode-se ainda considerar a regra
inversa: acentuam-se todas as paroxítonas, à exceção das terminadas em a,
as, e, es, o, os, am, em e ens. Exemplos: casa, antenas, fome, condes,
lucro, Carlos, falam, imagem, origens.
3 — Oxítonas
Acentuam-se as terminadas em a,
as, e, es, o, os, em e ens: Pará, Satanás, café, revê, invés, vocês, complô,
cipó, compôs, avós, porém, também,
contém, retêm, reféns, convéns, parabéns.
Observações
a)Não se acentuam as oxítonas terminadas em i, is, u e us precedidas de
consoante: parti, Paris, Edu, tatu,
Perus, tabus.
b) Acentua-se o porquê tônico: o
porquê da crise.
c) As formas verbais oxítonas em
a, e e o, seguidas de lo, la, los e las, recebem acento: amá-lo, fazê-la,
compô-los, dispô-las, repô-las-ia, descrevê-los-íamos, matá-lo. Se a letra
final for i, precedida de consoante ou
vogal não pronunciada, não existe
acento: pedi-las, parti-lo, segui-los,
impedi-la.
4 — Monossílabos
Acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em a, as, e, es, o e
os: já, gás, fé, crê, pés, mês, Jô, Jó, nós,
pôs, dá-lo, fá-lo-ia, vê-las, pô-los.
Observações
a) O acento permanece nos prefixos pós, pré e pró: pós-operatório, préhistória, Pró-Memória.
b) Os monossílabos em i, is, u, us,
em e ens não têm acento: vi, quis, cru,
nus, bem, vens.
c) O quê tônico é acentuado: Não
sei por quê. / Para quê? / O quê da
questão. / Um quê maiúsculo. / Um
quê de mistério.
5 — Encontros vocálicos
a) Os ditongos abertos éi, éis, éu,
éus, ói e óis são sempre acentuados:
idéia, papéis, chapéu, mausoléus, heróis, anzóis, réis, rói, sóis, céus, véu.
Os ditongos ai, au e ui, porém, não
têm acento: incaico, arauto, gratuito
(úi).
b) O hiato ôo, quando no fim da palavra, recebe acento, mesmo que se
trate do plural ou de redução: enjôo,
vôo, vôos, abençôo, zôo, zôos.
c) A forma êem — dos verbos dar,
crer, ver, ler e derivados — tem circunflexo no primeiro e: dêem, crêem,
vêem, lêem, descrêem, revêem, relêem.
d)Nos grupos gue, guem, gues, gui,
guis, que, quem e ques, acentua-se o
u tônico: apazigúe, argúem, averigúes, argúi, argúis, obliqúe, obliqúem, obliqúes. Se a terminação for
gua ou qua, não existe acento: averigua (gúa), apaziguas (gúas), obliqua
(qúa) e obliquas (qúas).
6 — I e u dos hiatos
Têm acento o i e o u tônicos, acompanhados ou não de s, que não formem
ditongo com a vogal anterior e estejam isolados na sílaba: caída (ca-í-da,
i isolado na sílaba), ateísta (ate-ís-ta,
grupo is isolado na sílaba), juíza, raízes, proíbe, truísmo, saúde, miúdo,
reúnem, Criciúma, feiúra.
Observações
a) Não se acentuam o i nem o u,
porém, se formarem sílaba com l, m,
n, r e z (porque não estarão isolados
na sílaba) ou forem seguidos de nh:
Raul, Ataulfo, ruim, amendoim,
Coimbra, caindo, Constituinte,
oriundo, diurno, sairmos, atrairdes,
poluir, juiz, raiz, bainha, campainha,
moinho.
b) Mesmo que se trate de palavras
oxítonas, o i e o u deste caso (isolados
na sílaba) são acentuados: Caí, Jundiaí, Havaí, saí, Tambaú, Jaú, Itaú,
baús, Crateús, teiú.
c) A regra vale também para as formas verbais seguidas de lo, la, los e
las: distraí-lo, substituí-la, atraí-losá, subtraí-las-emos.
d) Não se acentua, nas palavras paroxítonas, a vogal repetida: Saara,
xiita, Mooca. 
e) Mesmo precedidos de vogal, os
ditongos iu e ui não têm acento: saiu,
contribuiu, possuiu, instituiu, pauis
(de paul).
7 — Acento diferencial
Persiste nas seguintes palavras: côa
e côas (verbo coar ou substantivo, sinônimo de coação); fôrma (para diferenciar de forma); pára (verbo e prefixo, como em pára-quedas), mas não
em paras nem param; péla e pélas
(verbo pelar ou sinônimo de bola);
pêlo e pêlos (cabelo); pélo (verbo
pelar); pêra (fruta, barba e interruptor), mas não peras; Pêro (nome ou
fruta); pôde (para diferenciar de pode,
com som aberto); pólo e pólos (parte
da Terra e jogo); pôr (verbo, para diferenciar de por, preposição); têm
(verbo, plural) e vêm (verbo, plural).
Os vocábulos pôla, pôlas, pôlo e pôlos
mantiveram o acento, mas não são de
uso jornalístico.
O sinal foi abolido, no entanto, em
todos os demais casos: ele (antes, êle),
selo, aquele, toda, ovo, fosse, almoço,
esteve.
8 — Acento grave
Existe apenas nas crases: à, às,
àquela, àquelas, àquele, àqueles,
àquilo, àqueloutro, àqueloutros,
àqueloutra, àqueloutras.
9 — Abreviaturas
Se numa abreviatura se mantém a
sílaba acentuada da palavra, o sinal
permanece: séc. (século), págs. (páginas), côn. (cônego).
10 — Trema
Usa-se quando o u depois do q ou
g for pronunciado: agüentar, seqüestro, tranqüilo, lingüiça, qüinqüênio,
eqüino, freqüente, conseqüência,
agüei, Birigüi, ambigüidade, eqüestre, Anhangüera. Repare que só existe trema antes de e e i. 
Não têm acento
1 — Os vocábulos formados pelo
acréscimo da terminação mente e dos
sufixos iniciados por z: solidamente
(antes, sòlidamente), cortesmente
(antes, cortêsmente), sozinho (antes,
sòzinho), cafezal (antes, cafèzal).
2 — A terminação amos do pretérito (para muitos, amámos, desejámos), até porque no Brasil o som é fechado: amamos (mâ), desejamos (jâ).
3 — As terminações ai (cantai), au
(cacau, mau), ia (varia), ie (assobie),
io (sadio), oa (coroa), oe (abençoe), ua
(perua), ue (atue) e uo (recuo). A situação não se altera se houver s: Batatais, Manaus, pedias, desafios,
atues, etc.
4 — O o fechado do grupo vocálico
oio: apoio, comboio, joio.
5 — O plural das palavras terminadas em ês: meses, portugueses, corteses.
Acerca de, cerca de, há cerca de. 1 —
Acerca de. Equivale a sobre, a respeito de: Falou acerca da nomeação, do
autor, do governo. / Explique-me tudo
acerca do PIS. 2 — A cerca de ou cerca
de. Corresponde a perto de, aproximadamente: Os jogadores ficaram a
cerca de 20 metros uns dos outros. /
Cerca de 100 pessoas estavam ali. /
Dizia isso a cerca de 50 alunos. / O
exército ficou reduzido a cerca de
duas dezenas de homens. / Encontreio a cerca de dois quilômetros da casa.
3 — Há cerca de. Usa-se no lugar de
faz aproximadamente, desde mais ou
menos: Há cerca de dois anos o governo baixou essas medidas. / Partiu há
cerca de 15 minutos.
Acessar. Use o verbo apenas como sinônimo de acionar ou chamar um arquivo na informática. Mas ele não significa ter acesso a uma rodovia, por
exemplo, como nesta frase: A melhor
maneira de “acessar” o (de chegar ao,
de atingir o) Guarujá no momento é
pela balsa
Achar, encontrar. Use achar para definir aquilo que se procura e encontrar
para o que, sem intenção, se apresenta à pessoa: Achou o que procurava. /
O menino achou o cão perdido. / Agricultores encontram fóssil em São José
do Rio Preto. / Documento raro encontrado no porão da biblioteca.
Acidente, incidente. Acidente é um
acontecimento imprevisto ou infeliz,
desastre: acidente de trânsito, o acidente entre o ônibus e o caminhão,
um acidente na estrada, acidente de
trabalho, acidente pós-operatório. Incidente designa circunstância casual,
episódio, peripécia, atrito: Um incidente entre os dois políticos. / O incidente fez que rompessem a amizade.
Aconselhar. Regência. 1 — Aconselhar
alguém ou alguma coisa (tr. dir.): Os
pais aconselharam o filho. / O líder
aconselhou o emprego da persuasão.
2 — Aconselhar alguma coisa a alguém (tr. dir. e ind.): Aconselhou repouso ao doente. / Aconselhou aos sonegadores que pagassem seus débitos. / Todos lhe aconselharam cautela. 3 — Aconselhar alguém a alguma
coisa (tr. dir. e ind.): Todos o aconselharam a esperar. / Aconselhei os irmãos a interná-lo. 4 — Aconselhar,
apenas (intr.): É um homem que sabe
aconselhar. 5 — Aconselhar-se com
ou sobre (pron.): Todos se aconselharam com o advogado. / Aconselhouse sobre o que fazer nesse caso.
Acontecer. 1 — Use o verbo apenas no
seu significado mais específico, de suceder de repente. Acontecer dá sempre uma idéia de inesperado, desconhecido, imponderável, como nos
exemplos: Caso acontecesse o desabamento, muitas mortes poderiam
ocorrer. / O fato aconteceu há cem
anos. / Se algum mal lhe acontecer,
ninguém será culpado.
2 — No sentido de ser, haver, realizar-se, ocorrer, suceder, existir, verificar-se, dar-se, estar marcado para, recorra, com maior propriedade, a uma
destas opções (entre parênteses): O
show acontece às (está marcado para
as) 22 horas. / A manifestação aconteceu (realizou-se, foi) ontem. / Embora raramente aconteçam(ocorram)
casos de apreensão de entorpecentes... / Está previsto para acontecer
em(está previsto para, simplesmente)
dezembro. / Se a saída de X realmente acontecer (suceder)... / O pontapé
inicial acontecerá (será dado) no dia
30. / A falta não aconteceu (existiu)./
Festival acontece (realiza-se, começa)
sem o maestro. / Não aconteceu
(houve) o debate marcado. / A recessão já acontece (existe, chegou). / Os
recursos não vêm acontecendo (aparecendo, surgindo). 
A semântica explica a razão: acontecer tem traços comuns a esses verbos, mas não o significado completo
deles. Por isso, seu uso é impróprio ou
inadequado nos casos referidos.
3 — Outra opção é mudar a frase e
usar o agente como sujeito (em vez do
ato por ele praticado): A polícia
apreendeu (em vez de a apreensão
aconteceu) a mercadoria. / Milton
Nascimento canta hoje (em vez de o
show de Milton Nascimento acontece hoje). / Os jogadores se reapresentam (em vez de a reapresentação dos
jogadores acontece) às 9 horas. / O jogador renovará o contrato (em vez de
a renovação do contrato acontecerá)
segunda-feira. / A sessão começou
(em vez de o início da sessão aconteceu) às 15 horas.
4 — Com os pronomes indefinidos
e demonstrativos, porém, e com o que
interrogativo, o uso de acontecer é
apropriado: Tudo acontece aqui. / Isso
não aconteceria se ele fosse avisado. /
Como acontece isso? / Nada acontece sem que ele saiba. / O que aconteceu na cidade?
5 — O verbo só se conjuga nas terceiras pessoas: acontece, aconteceram, aconteceria, acontecessem, etc
Acórdão. Plural: acórdãos.
Acordar. Use acordar como despertar e
equivalentes. No sentido de ajustar,
combinar, acertar, resolver de comum
acordo, prefira uma destas formas.
Acudir. Conjugação. Pres. ind.: Acudo,
acodes, acode, acudimos, acudis, acodem. Pres. subj.: Acuda, acudas,
acuda, acudamos, acudais, acudam.
Imper. afirm.: Acode, acuda, acudamos, acudi, acudam.
Acumular. Um prêmio ou alguma coisa
acumula-se, e não acumula, apenas:
Prêmio da Sena acumula-se (e não
acumula) novamente. / Os livros
acumulavam-se (e não acumulavam)
sobre a mesa.
Acusações. 1 — Nunca atribua um
crime a alguém, a menos que a pessoa
tenha sido presa em flagrante (e não
haja dúvidas a respeito da sua culpa)
ou confessado o ato. Mesmo que seja
a polícia quem faça a acusação, recomenda-se cautela para que o jornal, involuntariamente, não difunda uma
versão que se possa demonstrar equivocada ou inverídica. Assim, a não ser
nos casos notórios, refira-se sempre ao
acusado nestes termos: Fulano de tal,
acusado de ser o matador de... / Fulano de tal, acusado de ser o principal
receptador de jóias da cidade...
Nunca afirme que ele “é o matador”
ou “é o principal receptador”, a não ser
nas hipóteses já mencionadas.
2 — O Estado não publica insultos
ou acusações de irregularidades, crimes e corrupção em off (sem que o denunciante tenha o nome revelado),
como, por exemplo: Segundo fontes
do Planalto, o ministro demitido pelo
governo recebia comissões de empreiteiras. / Corre na cidade que fulano
já mandou matar mais de dez adversários políticos. / Consta que o deputado João da Silva não honra os compromissos assumidos. Lembre-se: a
responsabilidade por acusações graves
como essas (mas totalmente vagas)
passa toda para o jornal.
3 — Isso não significa que você não
possa divulgar acusações sem atribuílas a uma fonte. Se o seu informante
é da mais absoluta confiança ou se
você tem documentos que fundamentem a denúncia, deve publicá-la. É direito do editor ou da Direção da Redação, porém, conhecer a origem das informações para decidir sobre a conveniência ou não da publicação, uma vez
que, também neste caso, a responsabilidade final cabe sempre ao Estado.
4 — Nos títulos, especialmente,
estas instruções deverão ser seguidas
à risca. Como norma, procure sempre
mostrar ao leitor que se trata de uma
acusação ou denúncia, e não de um
fato provado: Deputado acusa ministro de desvio de verbas / Ministro 
acusado de desviar verbas / Empreiteiro denuncia concorrência.
5 — Finalmente, lembre-se de que
todo acusado tem o direito de resposta. O ideal é publicar a denúncia e a
explicação ou a réplica do acusado ao
mesmo tempo. Se a simultaneidade
for absolutamente impossível (por
não se localizar o acusado, por exemplo), não deixe a resposta passar do dia
seguinte. Ouvir o atingido pelas denúncias é essencial, mesmo que você
tenha a certeza da procedência das informações contra ele.
6 — Ver também denúncias, página 90.
“Acusar que”. Acusa-se alguém, mas
não se acusa que alguém...
Adentrar. Não use. Opções: entrar, penetrar, ingressar.
Adentro. Uma palavra só: mato adentro, porta adentro, país adentro, noite
adentro.
Adequar. Conjugação. Pres. ind.: Adequamos, adequais (não tem as outras
pessoas). Pres. subj.: Não tem. Imper.
afirm.: Adequai vós. Os demais tempos são regulares: adequava, adequou,
adequaria, adequasse, etc. Em vez dos
inexistentes “adequa” ou “adeqüe”,
use, portanto, ajusta, ajuste, adapta,
adapte ou equivalente.
Aderir. Conjugação. Pres. ind.: Adiro,
aderes, adere, aderimos, aderis, aderem. Pres. subj.: Adira, adiras, adira,
adiramos, adirais, adiram. Imper.
afirm.: Adere, adira, adiramos, aderi,
adiram.
“Adiar para depois”. Redundância. Não
use. Só se pode adiar alguma coisa
para depois, para outro dia ou para o
futuro. 
Adivinhar, adivinho. Com di.
Adjetivação. O texto noticioso deve limitar-se aos adjetivos que definam
um fato (noticioso, pessoal, vizinho,
próximo, sulino, etc.), evitando aqueles que envolvam avaliação ou encerrem carga elevada de subjetividade
(evidente, imponderável, belo, bom,
ótimo, inteligente, infinito, etc.).
Mesmo nas matérias opinativas, em
que o autor tem maior necessidade de
recorrer aos adjetivos, a parcimônia é
boa conselheira. O jornalista pode
sempre mostrar que um temporal foi
devastador e um incêndio foi violento. Ou que uma peça constitui retumbante fracasso. Tudo isso sem poluir
seu texto com dezenas de qualificativos.
Em qualquer tipo de texto, porém,
tome cuidado com os “adjetivos fortes”: eles seguramente surpreenderão
o leitor, no mau sentido, ou lhe darão
a idéia de que alguém tenta impingirlhe opiniões definitivas sobre algo ou
alguém: borbulhante cemitério,
nudez estonteante, exuberante modelo, cidade esfuziante, movimento
frenético, sucesso reluzente, idéia
fantástica, espetáculo maravilhoso,
cenário deslumbrante, iluminação
feérica, participação brilhante, artista genial, monumental inteligência,
êxito retumbante, atuação irrepreensível, desempenho perfeito.
Adjetivo por advérbio. 1 — O adjetivo
pode exercer a função de advérbio,
quando então fica invariável (em
geral, pode ser substituído pela forma
em mente ou pela expressão de
modo...): Falem baixo (de modo
baixo). / Respondam alto (de modo
alto). / Eram pessoas demasiado (demasiadamente) desconfiadas. / Tossia forte (fortemente). / Eles não raro
(raramente) se perdiam. / O punhal
feriu fundo (de modo fundo). / Ela falava áspero. / Agiu rápido. / Precisamos pensar claro. / Não podiam
andar mais ligeiro. / Foram direto ao
assunto. / Olhou-a firme. / Chegam
breve ao Brasil. / Compra barato e
vende caro. / Saíram súbito da sala. /
Falemos sério. / Vejam primeiro
quem vem. / Escreve gostoso (de
modo gostoso).
2 — Além desses adjetivos, funcionam como advérbios, entre outros:
afoito, calmo, delgado, direito, diverso, duro, exato, fiado, fino, folgado,
frio, grosso, imenso, infinito, junto,
manifesto, mole, rasgado, rijo, segundo e suave.
Administração regional. Em maiúsculas quando especificada: Administração Regional (ou Regional, apenas)
da Lapa, Administrações Regionais
(ou Regionais) da Sé e Pinheiros. Em
minúsculas quando não especificada:
a administração regional, essa administração regional, a regional, essa regional, as regionais, as administrações regionais.
Administrar. Construções como administrar a situação, administrar o conflito, administrar a vitória, etc., não
existem formalmente no idioma e só
devem ser usadas em textos muito especiais, mas não no noticiário.
Advérbios em mente. 1 — Os advérbios
terminados em mente formam-se
pelo acréscimo do sufixo à flexão feminina do adjetivo: espertamente,
francamente, lindamente. 2 — Se o
adjetivo terminar em ês, apenas se
adiciona a terminação mente: portuguesmente, burguesmente. 3 — Repare que o acento original do adjetivo
desaparece: logicamente (e não lògicamente, como antes), portuguesmente (e não portuguêsmente), somente, etc. 4 — Quando houver mais
de um advérbio na frase, use o sufixo
apenas no último, deixando os demais
adjetivos na forma feminina: Ali estava ela, sóbria e elegantemente trajada. / Dura, mas lealmente disputadas, eram eleições decisivas para o
destino do país. 5 — Por uma questão
de ênfase, a terminação mente pode
ser repetida: Agia sempre ponderadamente e calmamente (no Estado,
porém, use a forma reduzida).
Advertir (conjugação). Como servir
(ver, página 266): advirto, advertes;
que eu advirta; etc.
Advertir (regência). 1 (tr. dir.) — Admoestar, observar, prevenir: O pai advertiu severamente os filhos. / EUA
advertem que reagirão aos ataques
no Golfo Pérsico. / Só então advertiu
que era tarde. / Escapou do perigo porque o advertiram. 2 (tr. ind.) — Atentar: Custou, mas advertiu naquele detalhe. 3 (tr. dir. e ind.) — Advertir alguém de alguma coisa ou advertir a alguém alguma coisa: O governo adverte o País dos riscos da recessão. / Fazenda adverte o presidente de que a
inflação foge ao controle. / Advertiuo de que se enganava. / As empresas
advertiram aos consumidores que
iam faltar produtos no mercado. Observação: Com as preposições para,
sobre e contra, use alertar.
Aedes. Em itálico. Aedes tem inicial
maiúscula: Aedes aegypti, Aedes albopictus (tigre-asiático).
Aero... Liga-se sem hífen ao termo seguinte. O h intermediário desaparece,
enquanto o r e o s devem ser dobrados: aeroespacial, aeroclube, aerorraquia, aerossol, aeroterrestre.
“Aeródromo”. Use apenas aeroporto.
Afazer. Conjuga-se como fazer (ver, página 127).
Afegão. Use esta forma, e não afegane.
Flexões: afegã, afegãos, afegãs.
Aficionado. Um c só.
Afim, afim de, a fim de. 1 — Afim, numa
única palavra, corresponde a semelhante ou parente por afinidade:
almas afins, vocábulos afins, o sogro
é afim (parentesco sem laço sanguíneo) da nora. 2 — A fim de equivale a
para: Chegou cedo a fim de terminar
o serviço. 3 — Estar a fim de, no sentido de estar com vontade de, só deve
figurar em textos coloquiais ou declarações: Está a fim de sair hoje.
Afora. Concordância. Ver exceto, página 122.
Afora, a fora. 1 — Afora, numa palavra
só, significa à exceção de, além de,
para o lado de fora, ao longo (tempo e
espaço): Saíram todos, afora (menos,
à exceção de) o pai. / Teve sete filhos,
afora (além de) alguns bastardos. /
Saiu pela porta afora (para o lado de
fora). / Andou pelo Brasil afora (ao
longo, espaço). / Não estudou pelo
ano afora (ao longo, tempo). 2 — A
fora, separadamente, existe apenas
em oposição a dentro: De dentro a
fora.
Aforismo. E nunca aforisma.
Afro. 1 — Pode ser adjetivo e substantivo, flexionando-se normalmente: os
povos afros, ritmos afros, música
afra, cabeleiras afras, os afros do centro do continente, etc. 2 — Como prefixo, exige hífen na constituição de adjetivos pátrios: afro-asiáticos, afrobrasileiro, afro-lusitano, afro-negro.
Nos demais compostos, não há hífen:
afrolatria, afrogenia, etc.
“Agilizar”, “agilização”. Palavras vetadas. Use dinamizar, tornar mais ágil,
acelerar, apressar, estimular ou incentivar, conforme o caso (e os substantivos correspondentes).
Agitar. Evite. A palavra cria títulos
muito genéricos, como: Greve de jogadores agita Fluminense. / Tiroteio
agita favela. / Atentado agita Jeru

>>>>>>> conteúdo contido no livro Manual de Redação e Estilo Estadão, até pág.33



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RESPONSÁVEL
Pr. Psi. Jor. Jônatas David Brandão Mota

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